Suplementação oral de colágeno

Você já ouvir falar sobre a suplementação oral de colágeno?

O processo de envelhecimento na pele e na aparência do ser humano como um todo acontece tanto pelas modificações que ocorrem nas estruturas das várias camadas de base da pele quanto pela perda de colágeno, a principal proteína que sustenta a nossa pele.

Essa perda dá-se porque o nosso próprio organismo começa a consumir o colágeno e também pela diminuição na capacidade de produzir as proteínas favoráveis à pele. Comisso, buscamos outras alternativas para suprir essa falta de colágeno. Uma delas é a suplementação oral dessa proteína.

Como é um tema muito perguntado por todos, trouxe esse conteúdo para melhor orientá-los sobre o assunto em geral e sobre a utilização de forma adequada desse suplemento. 

A estrutura da nossa pele.

A estrutura da pele é formada por camadas: a epiderme, a derme e a hipoderme, as quais desempenham funções específicas.

Acamada mais superficial da pele é a epiderme, que representa uma barreira fisiológica de proteção contra o ambiente externo. A derme, camada que se apresenta logo abaixo da epiderme é bastante vascularizada, composta por tecido conjuntivo denso e fibroelástico que permite acomodar e nutrir a epiderme.Encontram-se também na derme as raízes dos pelos, glândulas, terminações nervosas, arteríolas e células, na sua maioria fibroblastos, fibras de colágeno e elastina. A hipoderme é constituída por tecido conjuntivo frouxo e, em sua maioria, por células de gordura denominadas adipócitos, as quais apresentam funções como depósito nutritivo de reserva, tem participação no processo de isolamento térmico e na proteção mecânica do organismo às pressões e traumatismos externos.

A integridade estrutural da pele é constituída principalmente por colágeno, sendo que este é a principal proteína fibrosa insolúvel presente no tecido conjuntivo e na matriz extracelular dérmica, o qual tem como função fornecer à pele força e resistência. É produzido a partir de precursores (pró-colágeno),os quais são expressos por meio da codificação de genes a partir de fibroblastos dérmicos.

O que é o colágeno?

É a principal proteína estrutural que está presente nos tecidos conjuntivos do nosso corpo, na maioria dos órgãos e também nos tendões,nos ossos e na pele.

Na formação do colágeno, encontram-se aminoácidos como a prolina, glicina e lisina.No organismo, para que haja a síntese de colágeno é necessária a presença de ascorbato (ácido ascórbico, vitamina C), ferro, glutamina e arginina. Nas propriedades físicas e biológicas do colágeno, encontram-se: rigidez, solidez e estabilidade; isso se dá pela formação de sua estrutura.

Existem diversos tipos de colágeno e o que os diferencia é a variação na composição dos aminoácidos, estrutura molecular, concentração e localização nos tecidos. 

Dentre todos os tipos de colágeno, destacam-se os mais comuns:
  • Tipo II: encontrado em cartilagens elástica e hialina, discos intervertebrais e nos olhos e é produzido pelas células cartilaginosas.
  • Tipo III: presente em numerosa quantidade no tecido conjuntivo frouxo, encontrado na artéria aorta do coração, pulmão, músculos do intestino, útero, fígado. Produzido por células musculares.
  • Tipo I: é o mais comum encontrado nos tendões, derme, ossos, dentes. Composto por fibras e feixes de colágeno.
  • Tipo IV: produzido pelas células epiteliais, musculares e pelos capilares sanguíneos. Presente na membrana basal, rins e cápsula do cristalino. Tem função de sustentação e filtração.   
  • Tipo V: presente em locais de grande resistência às tensões se associa ao tipo I, presente em ossos, tendões,sangue e placenta.  A principal função desse tipo de colágeno é servir de sustentação para a estrutura da pele. Essa proteína se organiza em feixes ou fibras na derme, camada intermediária,localizada entre a epiderme e a hipoderme. Seu papel é manter o tônus, a firmeza, e a resistência.       

Os principais tipos de colágeno presentes na pele são o de tipo I e o de tipo III. Com o envelhecimento, o tipo de colágeno dominante se inverte. A fibronectina e o colágeno tipo III crescem em quantidade ao passo que do tipo I diminui, o que gera então um desequilíbrio e leva ao aparecimento das rugas e linhas, com perda de coesão entre os componentes da pele, resistência e contração.

Praticamente 75% do peso da nossa pele é composto por colágeno, o que o torna o principal componente na estruturação ena firmeza da pele e um importante aliado na prevenção do envelhecimento. Por esse fator é tão falado em tratamentos e cuidados dermatológicos.

A importância do colágeno em nosso organismo.

A deficiência de colágeno no organismo denomina-se colagenoses, acarretando alguns problemas como má formação óssea, rigidez muscular, problemas com o crescimento, inflamação nas juntas musculares, doenças cutâneas e falta de sustentação e força da nossa pele.

A quantidade de colágeno na pele é a grande diferença entre o tecido epitelial de uma pessoa com 20 e de outra com 70 anos. Embora seja produzido naturalmente pelo organismo, quanto mais o tempo passa, menos colágeno fabricamos e, consequentemente, as linhas de expressão e a flacidez tendem a aparecer.

Em torno dos 30 anos de idade, a produção de colágeno começa a diminuir e é possível perceber os primeiros sinais em nossa pele.

Além disso, o estilo de vida de um indivíduo contribui para que a diminuição do colágeno seja acelerada. A má alimentação, exposição em excesso ao sol, poluição, tabagismo, uso de álcool, falta de sono e estresse são algumas dessas práticas desfavoráveis para a saúde da nossa pele.

Ingestão de colágeno.

Um dos métodos para combater o envelhecimento é o uso via oral do colágeno hidrolisado (CH).

Colágeno hidrolisado é um suplemento alimentar seguro e biodisponível, composto por mistura de peptídeos de colágeno com massa molecular (MM) reduzida (~3-6 kDa) derivados da degradação enzimática do colágeno nativo da pele de animais (comumente bovino, suíno ou de peixe). É importante mencionar que o CH possui aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) como alimento/ novo ingrediente.

Ele tem apresentado efeitos funcionais e benéficos na pele, especialmente na melhora dos sinais clínicos do envelhecimento. Seu uso como suplemento alimentar vem de longa data e tem sido considerado fonte promissora de peptídeos com atividade biológica devido a sua estrutura e seus elevados teores de prolina, glicina e hidroxiprolina. Estudos têm reportado a bioatividade do CH e de seus peptídeos derivados, incluindo atividade antioxidante, anti-hipertensiva e potencial de estimular o metabolismo de diferentes tecidos conjuntivos como cartilagem, ossos e conjuntivo da pele.

Um estudo feito pelo pesquisador Porksch e sua equipe, publicado no jornal médico Skin Pharmacol Physiol, comprova a melhoria significativa na elasticidade da pele de mulheres que ingeriram diariamente 2,5g de CH específico por 8 semanas, em contraste com o grupo placebo. A melhorada elasticidade da pele foi mantida mesmo após 4 semanas da interrupção do tratamento. Além disso, os efeitos positivos na elasticidade foram ainda mais pronunciados em mulheres acima de 50 anos, subgrupo no qual também foi observada influência positiva do CH na hidratação e perda transepidérmica de água. No segundo estudo clínico, foram investigados os efeitos da ingestão de 2,5 g/dia de CH específico no volume de rugas perioculares (ao redor dos olhos) e no conteúdo dos principais componentes daMEC, como elastina, biglicana e pró-colágeno I. Os pesquisadores reportaram redução de mais de 30% do volume das rugas após 8 semanas de tratamento com CH e aumento em torno de 60% do conteúdo de pró-colágeno I. O efeito positivo na redução das rugas foi mantido mesmo 4 semanas após o término do tratamento.

Recomendação da Dermatologista Dra. Bruna Biagini

E então, vale apena ou não tomar colágeno?

Por muito tempo houve controvérsias sobre essa questão. Hoje em dia nós sabemos que existe um benefício para a pele.  

Existem diversos tipos de colágeno como suplementação oral e o mais indicado de se tomar e o que de fato vai ter alguma ação é o colágeno hidrolisado tipo 1. Hidrolisado porque ele realmente sofre uma degradação enzimática no qual deixa-o em um tamanho menor e suficiente para que o nosso intestino consiga absorvê-lo e de fato aproveitá-lo internamente.

Em torno de 5% a 10% é aproveitado pela pele e causa um estímulo aos fibroblastos, que são as células que produzem o colágeno.

Essa suplementação também traz uma base para a formação de mais colágeno além de ter um efeito antioxidante. Com isso conseguimos uma pele mais hidratada e mais elástica.

Respondendo à pergunta, sim! Vale a pena ter uma ingestão de colágeno desde que o individuo tenha para si uma rotina de hábitos equilibrados como uma alimentação balanceada  em termos de consumo de calorias e proteínas,hidratação oral bem feita, intestino regular, boa qualidade de sono e com certeza uma boa rotina de cuidados com a pele.

A associação desses fatores com a ingestão de colágeno vai contribuir de forma significativa para a saúde e bem estar da sua pele.

Algumas dicas para ter uma pele lindamente saudável:

  • Procure sempre uma alimentação equilibrada. Aposte em alimentos que possuem boas fontes proteicas
  • Evite a exposição em excesso ao sol e use protetor solar;
  • Hidrate-se;
  • Durma bem;
  • Evite o estresse, tabagismo e consumo exagerado de álcool;
  • Pratique atividades físicas;
  • Tenha uma rotina de cuidados com a pele.

Obrigada pela sua visita aqui em meu blog.

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Até a próxima.

Referências base deste artigo:
fontes: PROKSCH, E.; SEGGER, D.; DEGWERT, J. et al. Oral supplementation ofspecific collagen peptides has beneficial effects on human skin physiology: adouble-blind, placebo-controlled study. Skin Pharmacol Physiol; 27 (1): 47-55,2014.
PROKSCH, E.; SCHUNCK, M.; ZAGUE, V. et al. Oral intake of specific bioactivecollagen peptides reduces skin wrinkles and increases dermal matrix synthesis. Skin Pharmacol Physiol; 27 (3): 113-9, 2014.

http://www.uricer.edu.br/site/pdfs/perspectiva/161_750.pdf

https://www.vponline.com.br/portal/noticia/pdf/60f70519d95198c164a1ea01eb85f156.pdf

https://revistas.pucsp.br/index.php/reb/article/viewFile/18568/17395

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